Durante este tempo, o seu filho foi o centro das atenções dos pais e, provavelmente, de avós, tios e amigos. Agora, a chegada de um bebé à família vai mudar tudo: rotinas, o espaço, os comportamentos e, claro, a vida da criança.
Porque deixar de ser o centro do universo pode ser traumático, eis algumas dicas úteis para saber como apresentar esta maravilhosa nova etapa sem deixar marcas na criança que, agora, vai ganhar o título de irmão mais velho.
1 – Quando contar?
«Quando der a notícia às outras pessoas», alerta a pediatra Carol Crill Russell. Contar à criança que vai ter um irmão ao mesmo tempo que dá a notícia a familiares e amigos é a garantia de que ninguém o vai fazer por si. Porque, por muito que peça segredo, há sempre alguém que se esquece e vai, com a melhor das intenções, perguntar à criança: «estás contente por ires ter um irmão?». E ninguém quer que isso aconteça.
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2 – Como gerir os ciúmes?
Cada criança tem uma forma diferente de reagir à chegada de um irmão. Há crianças que têm inveja do bebé quando este ainda está na barriga da mãe, outras só manifestam esse sentimento quando o irmão já nasceu e começa a fazer as primeiras ‘gracinhas’. Seja como for, existem estratégias que os pais podem adotar para mitigar essas emoções negativas.
- tempo a dois: o pai e a mãe devem criar pelo menos um momento ao longo do dia para estar exclusivamente com a criança mais velha. E esse tempo pode até ser desdobrado, caso a criança manifeste sinais de insegurança logo após a chegada do bebé.
- família e amigos a ajudar: alerte os avós, tios e amigos para, quando forem visitar o bebé pela primeira vez, darem também a devida atenção à criança mais velha. É necessário enfatizar a sua importância da criança por si e não porque agora se tornou irmão mais velho. Dizer coisas como ‘tens de cuidar bem do mano, senão…’ ou ‘és bonzinho para o bebé?’ só servem para criar stress e insegurança.
- preparar a mudança: se está a planear mudar a criança mais velha do berço para a cama, deve fazê-lo pelo menos dois meses antes do bebé nascer. As crianças precisam desse tempo de adaptação e, sobretudo, precisam de perceber que essa mudança é uma conquista e não que estão a ser ‘expulsas’ para que outro ocupe esse espaço.
3 – O que fazer quando começam as birras?
Muitas crianças demonstram comportamentos mais agressivos, regridem na fala, fazem birras que já não são adequadas às respectivas idades assim que se sentem ameaçadas pela chegada do novo irmão.
«As birras são um sinal de que a criança sente que perdeu controlo do seu mundo. Nesses momentos, é necessário levá-la para um lugar sossegado e dar-lhe tempo e espaço para que se acalme», explica Carol Crill Russell.
Converse com a criança. Faça-a sentir que está do lado dela. Não a censure e ajude-a, através de pistas, a explicar-lhe porque é que se sente mal. A regressão de comportamentos, como voltar a fazer xixi na cama, chuchar no dedo ou até querer usar a chupeta do irmão são comportamentos absolutamente normais. Há pouco a fazer a não ser deixar que, com o tempo e a habituação ao novo ‘estranho’, a criança volte a ter os hábitos normais.
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4 – Que atividades ajudam a que a criança perceba a mudança?
Ler livros sobre a chegada de um irmão, visitar familiares ou amigos com recém-nascidos e incluir a criança nos preparativos para a chegada do bebé são ideias excelentes.
Sugestões de livros:
«A minha mãe tem o sol na barriga»
Tenha atenção à questão da ‘ajuda’. As crianças poderão sentir que, ao tornarem-se uma espécie de ajudantes da mãe, conseguem ter mais atenção. Integrar a criança nos preparativos não deve ser confundido com atribuir-lhe tarefas demasiado exigentes para a sua idade.
5. Como introduzir mudanças na rotina familiar?
A hora de dormir da criança é sagrada e em algum momento deve ser alterada com a chegada do novo irmão. Se acha que vai ter de fazer alterações à rotina da criança mais velha, faça-o antes da chegada do novo irmão.
Em média, as crianças demoram 3 A 6 meses a adaptarem-se a um novo irmão. Dê tempo e espaço ao seu filho, não o force nem discuta com ele. Não tente apressar este processo. A adaptação a uma nova realidade acontece de forma diferente para cada criança.
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