Brincar ao faz-de-conta, pensar criativamente
Nesta fase as crianças aprendem a pensar criativamente. Aprendem a usar palavras, imagens e objetos (símbolos) para comunicar e desenvolver as suas próprias ideias através de jogos de faz de conta. Temas tais como: Cães, Gatos, Comida, Carros e Animais da Quinta, promovem o pensamento simbólico à medida que as crianças transformam os escorregas, túneis, escadas e plataformas em casotas de cães, carros dos bombeiros, e nos seus animais favoritos. As fotografias, os bonecos, e os acessórios especiais promovem o desenvolvimento linguístico, cognitivo, emocional e a interação social com os pares.
Usar acessórios para representar objetos reais promove o pensamento simbólico de que as crianças irão necessitar para explorar novas ideias e que é uma competência essencial para o crescimento intelectual e emocional, assim como organizar os objetos por padrões significativos.
Só a fantasia permanece sempre jovem; o que nunca aconteceu nunca envelhece.
Friedrich Schiller
Dica de Ouro para o jogo faz-de-conta:
Competências em destaque:
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Pensamento simbólico
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Linguagem
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Estimulação sensorial
O que é afinal o pensamento simbólico?
O pensamento simbólico é a chave para a verdadeira inteligência. Permite que as crianças formem as suas próprias ideias e usem a sua imaginação. Considerando que anteriormente eles precisavam ter um objeto concreto, como uma bola à sua frente para perceberem que queriam jogar à bola, agora podem imaginar a bola e usar um símbolo, como a palavra ‘‘ bola ’’, para descreverem o seu desejo. Este tipo de pensamento simbólico não só constrói fortemente as competências de comunicação e de linguagem, como também permite que as crianças explorem e percebam todo o tipo de sentimentos e ideias. Isso é essencial para os seus aspetos sociais, emocionais e de crescimento intelectual. As crianças podem desenvolver a noção de bem e de mal, brincando ao “super-homem”, ou aprender a lidar com a separação fazendo de conta que são a mamã ou o papá a irem para o trabalho.
A partir dos dois anos a personalidade da criança afirma-se a cada dia que passa. As crianças desta idade reconhecem os seus pensamentos e não se inibem de partilhar opiniões e vontades. Contudo, os adultos significativos continuam a ser as lentes através das quais a criança vê o universo.
O grande desafio desta fase do desenvolvimento é a criança conhecer-se a si própria participando no mundo de uma forma mais completa.
O entusiasmo da sua criança pela música continua! Cante e use instrumentos musicais (reais ou feitos em casa), pois ajuda, a desenvolver a capacidade motora fina (dedos e mãos) e permite promover o raciocínio uma vez que as crianças aprendem padrões e sequências através da música.
Está a falar cada vez melhor e a conseguir falar com frases simples. O desenvolvimento da linguagem acompanha o brincar ao faz de conta, tornando-o mais rico com o seu repertório cada vez maior. Gosta cada vez mais de atividades que desenvolvam as suas habilidades físicas, demonstrando cada vez mais força e perfeição na execução.
A brincadeira continua a ser um bem essencial do seu filho. É a forma que tem de aprender sobre o si próprio, sobre o mundo e as pessoas que o rodeiam. Por isso, incentive-o a brincar sempre (sozinho ou acompanhado, dentro ou fora de casa, em todo o tempo, lugar e circunstância).
Siga as nossas 10 melhores brincadeiras para as crianças entre os 22 e os 28 meses.
Como é a criança aos 2 anos?
Pai, Mãe! Mostro-te o que o meu corpo consegue fazer:
- Já faço rabiscos num papel com lápis de cor e já sei empilhar e alinhar blocos. Alimento-me com os meus próprios dedos. Se me incentivares até já posso usar uma colher e beber por uma chávena.
- Primeiro gatinho, depois ando e por fim corro! Eu adoro tentar subir escadas mas preciso muito da tua ajuda.
- Eu ajudo-te a vestir-me, empurro os meus pés para dentro dos sapatos e enfio os meus braços nas mangas.
Vejam o que estou a aprender sobre mim e os meus sentimentos:
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- Sinto-me importante e amado quando me ouves, falas para mim e brincas comigo; quando me embalas e me acalmas; quando me incentivas a explorar, quando me mostras como estás orgulhoso de mim.
- Já tenho pessoas, brinquedos, comida e roupa preferidas.
- Já sou capaz de apontar e nomear as diferentes partes do meu corpo. Começo a usar as palavras “eu” e “meu”.
- Tenho sentimentos fortes e por vezes expressar-tos-ei com prazer. Eu posso dizer “Não!” com frequência ou mesmo dar ordens, tais como dizer-te “Senta-te aí!” para te mostrar o que quero e que já sou capaz de pensar por mim.
- As separações podem ser difíceis para mim. Posso chorar quando te vais embora, e mesmo quando te volto a ver depois de termos estado separados, porque sinto muito a tua falta.
- Adoro fazer escolhas, porque sinto que sou competente e de que controlo algumas coisas.
- As rotinas ajudam-me a saber o que esperar e fazem-me sentir confortável e seguro.
- Posso ficar frustrado e zangar-me facilmente porque há demasiadas coisas que quero fazer e ainda não consigo. Posso empurrar, bater ou morder. Preciso que me ajudes a lidar com estes sentimentos fortes, mas mesmo assim vou demorar algum tempo a aprender a controlar-me.
- Já compreendo as palavras “não” e “pára”, mas não me consigo impedir de fazer as coisas que não devia.
- Num minuto posso agir de forma muito independente. Mas, no seguinte, posso agir como um bebé que precisa que faças tudo por ele. Ser uma “criança grande” por vezes é assustador. Eu preciso de saber que tu, ou outra pessoa em quem confio, estará sempre lá para tomar con
- ta de mim.
Estou a aprender mais sobre as pessoas, os objetos e como as coisas funcionam:
- Gosto de estar com outras crianças, mas as crianças da minha idade por vezes têm problemas em partilhar. Tu podes ajudar-nos a fazer turnos.
- Gosto de te imitar. Vejo como falas com as outras pessoas e como fazes as coisas: como cortas a relva, fazes o jantar, e arranjas as coisas lá de casa.
- Sou um pequeno cientista. Cada momento que passo acordado, quero explorar para descobrir como tudo funciona – desde como levar-te a ler o meu livro favorito a como fazer com que o bloco se encaixe no buraco, ou como pôr de novo a caixa de música a tocar.
- Estou a aprender que as pessoas e as coisas continuam a existir mesmo quando não as consigo ver (um conceito chamado de “objeto permanente”). Assim eu posso protestar por saíres da sala, começar a chamar por ti a meio da noite, ou procurar a bola que rolou para baixo do sofá.
- As separações ainda podem ser difíceis para mim. Com o tempo, vou perceber que voltas sempre, o que me vai ajudar a lidar melhor com as separações.
Como sou capaz de comunicar e de me relacionar:
- Uso o meu corpo, sons, palavras e expressões para te comunicar o que penso e sinto.
- Já consigo apontar para te mostrar os meus interesses e para que vejas também e me contes acerca do que vês.
- Já consigo fazer frases longas de balbucios. Eu já consigo dizer algumas palavras ou usar sons consistentes com estas. Posso empurrar a comida e dizer “não”.
- Eu percebo muito mais do que consigo dizer. Já consigo seguir indicações simples tais como “Traz a Bola”.
- Gosto de te estudar e, ás vezes, imitar o que tu dizes. Por isso, não fiques surpreendido se ouvires as palavras que costumas usar a saírem da minha boca!
Muitas e Boas brincadeiras aí por casa com momentos de cumplicidade, aventura e descoberta mútua.