“Alimentação infantil: como escolher ao comprar alimentos” por Gisele Câmara

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O que se pretende com este artigo é fornecer algumas dicas acerca da alimentação infantil, permitindo fazer escolhas mais informadas e saudáveis, sem que isso signifique mais angústia e perda de tempo.

A vasta oferta de produtos alimentares industrializados disponível no mercado é, na hora da compra, motivo de angústia para muitas pessoas.
É difícil observar os produtos no meio de tanta diversidade. Com a pressa e a falta de informação, os critérios de escolha são, muitas vezes, as marcas, os preços ou, mesmo que inconscientemente, a forma de exposição dos produtos, que podem ser verdadeiras armadilhas para atrair o consumidor desinformado ou desinteressado. É uma pena saber que as nossas crianças também são alvo destas “armadilhas” e nem sempre têm a alimentação mais saudável.

O que nos dizem os rótulos?

Nem tudo aquilo que parece é igual e com a ajuda de algumas informações simples podemos diferenciar e escolher um alimento saudável entre outros que são apenas parecidos. As excepções a algumas destas regras gerais podem ser casos de alergias, intolerâncias e necessidades especiais de saúde que deverão sempre ser orientadas pelo pediatra. Comecemos pela apresentação dos alimentos, ou seja, o rótulo, onde constam, entre outras informações importantes, como o “nome”, a sua lista de ingredientes e a sua informação nutricional. Conhece bem os alimentos que compra? Então preste atenção às informações e aos exemplos que seguem.

O Nome ou Denominação de venda é a designação do produto pelo seu nome comum ou uma descrição compreensiva do alimento.
Exemplo: IOGURTE MEIO GORDO AROMATIZADO DE MORANGO ou IOGURTE MEIO GORDO DE MORANGO ou LEITE FERMENTADO COM AROMA DE MORANGO

Aspectos importantes a observar neste campo: produtos diferentes estão disponíveis em embalagens semelhantes. Um exemplo disso são os iogurtes e as sobremesas lácteas, normalmente mais ricas em açúcar e menos ricas em proteínas e cálcio. É importante estar atento para saber se leva mesmo aquilo que pretende.

Na Lista de ingredientes de um produto podemos encontrar todos os seus ingredientes em ordem ponderal decrescente, o que quer dizer que quanto mais abundante um ingrediente, mais à frente da lista ele aparecerá.
Exemplo: Ingredientes: Farinhas 88% (trigo e trigo hidrolisada, cevada, centeio, milho, arroz, milho painço, sorgo, aveia), mel (8,5%), cultura de Bifidobactérias, aromatizante (vanilina).
Aspectos importantes a observar neste campo: Através deste campo podemos comparar alimentos semelhantes e escolher aqueles que têm mais dos ingredientes desejados, por exemplo, cereais, frutas, legumes e leite e menos de ingredientes, regra geral, pouco ou nada desejados, por exemplo, açúcar (sacarose), mel, sal, conservantes (designados pela letra E), aromatizantes artificiais, gordura vegetal hidrogenada, adoçantes (edulcorantes) entre outras substâncias. Para tal, é importante saber o que significa cada um dos nomes ali presentes. Muitas vezes a indústria utiliza sinónimos ou substâncias com efeitos semelhantes àquelas que sabemos ser menos saudáveis.

Não será possível abordá-las todas aqui mas um exemplo disso é o sumo concentrado de uva, utilizado em vez do açúcar para adoçar alimentos e bebidas e cujo efeito acaba por ser semelhante, quer na manutenção do mau hábito do consumo de substâncias doces, quer no excesso calórico que pode representar. Em caso de dúvida, procure informações em livros, em linhas de atendimento ao consumidor ou em sítios de confiança da internet, que podem ser os sítios dos próprios fabricantes.

Mas não é necessário entrar em pânico. É claro que, quanto menos conservantes e aromatizantes tiver um produto, melhor ele pode ser em relação aos demais, mas todas estas substâncias estão regulamentadas e muitas delas são naturais ou semi-naturais e/ou inofensivas, como é o caso da vanilina, citada no exemplo, que é o aroma da baunilha, e do ácido ascórbico, utilizado em muitos sumos, que é a designação para a vitamina C.

Por fim, o campo da Informação Nutricional parece assustar muitos consumidores.
O desconhecimento do público e a grande quantidade de informações presente neste campo podem ser os grandes culpados por esta atitude. Aqui ficamos a conhecer a composição nutricional dos alimentos, ou seja, o seu valor energético e a quantidade de determinados nutrientes nele presente.

Pode ser simples, mencionando apenas o valor energético e o conteúdo em proteínas, hidratos de carbono (ou glícidos) e lípidos (ou gorduras) do alimento, ou pode ser mais completo, mencionando, para além destes dados, por exemplo, os teores de açúcares, lípidos (gorduras) saturados, monoinsaturados, polinsaturados e trans, colesterol, fibras, sódio e outros minerais e algumas vitaminas. Toda esta informação deve vir expressa por 100g ou 100ml do alimento, podendo ainda ser mencionada por dose, quantificada no rótulo, ou porção. Muitos fabricantes fazem ainda menção às percentagens dos Valores Diários de Referência (VDR) e das Doses Diárias Recomendadas (DDR), o que serve para fornecer uma noção de qual a quantidade daquele alimento que pode ser incluída na dieta, sem nunca se esquecer, é claro, da importância de uma dieta variada.

 

Aspectos importantes a observar neste campo: Também através deste campo podemos comparar alimentos e escolher aqueles com a composição nutricional mais saudável, tendo sempre em conta se os dados estão representados por 100 g, por dose ou por porção. Para isso é necessário saber, de uma forma simples, quais os nutrientes mais e menos desejados e em que quantidades aproximadas.

Que quantidade de energia a criança necessita?

Relativamente à quantidade de energia necessária às crianças, esta é uma questão muito variável, que depende do sexo, da idade, estatura, peso, grau de actividade física, etapa do desenvolvimento, entre outros factores. O certo é que a criança tem uma capacidade nata de controlar o seu apetite, desde que lhe sejam oferecidos os alimentos qualitativamente adequados. Os pediatras fornecem linhas de orientação bastante adequadas para as refeições e cabe aos cuidadores apenas a escolha e a disponibilização dos alimentos, bem como a criação de um ambiente propício à alimentação, sem interferências e distracções, para que a criança possa desenvolver e usufruir deste seu potencial.

Quanto aos principais nutrientes listados, as proteínas, os hidratos de carbono (glícidos) complexos, as fibras, alguns minerais como o cálcio e as vitaminas são, regra geral, desejáveis e valores superiores podem servir de base para a escolha dos alimentos. Entretanto, é preciso ter algum cuidado com os alimentos ditos enriquecidos.

"Alimentação infantil: como escolher ao comprar alimentos" por Gisele Câmara 1

As principais fontes de vitaminas e minerais devem ser os alimentos in natura, ou seja, o leite, as frutas, os legumes, as leguminosas, a carne, o peixe, os ovos, etc. Salvo algumas excepções, a escolha de produtos industrializados como bolachas, pães, tostas, cereais, iogurtes, papas, queijos, boiões (quando necessários), e até mesmo o leite, não se deve associar a estes nutrientes. Já os hidratos de carbono simples (açúcares), os lípidos (gorduras), o colesterol e alguns minerais como o sódio são, regra geral, menos desejáveis e devemos escolher alimentos com menores quantidades destes nutrientes.

No caso dos lípidos, não devemos privar as crianças destes nutrientes, uma vez que os mesmos transportam as vitaminas A, D, E e K. É por isso que, no que se refere aos lacticínios, os pediatras aconselham os produtos gordos ou meio- gordos, conforme o desenvolvimento da criança. Além disso, ao contrário dos lípidos (gorduras) saturados, que devem ter o seu consumo limitado devido ao aumento do colesterol LDL, e dos lípidos (gorduras) trans, que são completamente indesejáveis, os lípidos (gorduras) polinsaturadas e monoinsaturadas são essenciais para o organismo e são preferíveis aos demais, ainda que em quantidades não muito elevadas devido ao seu alto valor energético.

Parece uma missão impossível, mas com o tempo já terá escolhido os seus produtos de preferência e as novidades serão muito mais facilmente avaliadas. Somente a informação, o bom senso e a prática podem ajudá-lo a ter escolhas diariamente mais responsáveis e acertadas, com benefícios claros e duradouros para a saúde de toda a família.

Gisele Câmara, Nutricionista

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23 Dezembro, 2018 7:30

Un estupendo artículo y bastante aconsejable. Enhorabuena

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